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segunda-feira, 7 de julho de 2025

The Key - Part I

 





Sinopse 

Suspense/Terror

 

Quando a jovem Penny Foster encontra uma velha chave enferrujada escondida no sótão da casa de sua família, ela mal imagina que esse objeto esquecido abrirá as portas para um segredo sombrio enterrado há décadas.

Curiosa sobre a origem da chave e obcecada em descobrir o que ela tranca, Penny mergulha em um mistério que envolve desaparecimentos antigos, uma ala selada da casa e um pacto amaldiçoado.

À medida que a chave revela seu verdadeiro propósito, Penny percebe que há portas que nunca deveriam ser abertas e que algumas verdades cobram um preço aterrorizante..

 

Capítulo 01

 

Cidade de Erie – Pensilvânia – Estados Unidos – abril de 2008

 

Uma névoa densa envolvia a cidade naquela manhã nublada, abafando os sons e tornando as ruas silenciosas como um cemitério adormecido. No final da Rua West Gore Road, quase esquecida pelo tempo, erguia-se a antiga mansão da família Foster uma estrutura imponente, de janelas altas e madeira escurecida pela umidade e pelos anos de abandono.

Dentro da mansão, entre sombras que pareciam se mover por conta própria, vivia Penny Foster, a última herdeira de um legado envolto em mistério. Algo naquela casa parecia observar, esperar. E naquela manhã em particular, algo ou alguém havia destrancado uma porta que deveria ter permanecido selada.

 

Penny havia retornado a Erie há cerca de dois anos. Estava estudando em Vancouver quando recebeu a notícia inesperada.

 

 

CAMPUS UNIVERSITÁRIO – VANCOUVER – NOITE – 2003

Penny caminha com livros no colo quando atende o celular. Uma voz masculina informa que a mansão Foster será leiloada.

VOZ AO TELEFONE

— O estado condenou a estrutura. Se não houver manifestação, ela será demolida em seis meses.

O mundo parece congelar ao redor dela.

Desde então, sua vida nunca mais foi a mesma.

Mansão Foster – 07:45 da manhã

O tempo parecia não ter passado na cidade, mas a mansão... a mansão havia mudado. Ou talvez ela sempre tivesse sido assim, envolta em silêncio e sussurros que só os mais sensíveis conseguiam ouvir.

 

Quando Penny cruzou novamente os portões enferrujados da propriedade, a névoa ainda pairava sobre o mato alto, abafando os sons e silenciando o mundo ao redor.

Dentro da velha guarita principal, algo chamou sua atenção pendurada num prego enferrujado, balançando levemente como se tivesse acabado de ser colocada ali, havia uma chave antiga. O metal estava corroído pelo tempo, com arabescos quase apagados pela ferrugem. Amarrado ao corpo da chave, um pequeno bilhete escrito à mão.

 

Ela o desamarrou com os dedos trêmulos, sentindo o frio do ferro envelhecido penetrar sua pele. As palavras no papel amarelado pareciam pulsar: “Algumas portas só se abrem para quem é esperado.”

 

Foi naquele instante, ao encarar aquela caligrafia estranhamente familiar, que Penny sentiu com uma certeza instintiva que havia algo naquela casa que ainda respirava. Algo que nunca partiu. Algo que a esperava.

 

A chave que Penny encontrara, pendurada no mural da guarita, não abria as portas da frente essas estavam seladas e sem trincos aparentes. Mas ela se encaixava com precisão nas fechaduras dos fundos da mansão, as entradas de serviço, por onde, talvez, a verdade começasse a vazar...

 

Ao adentrar pela área de serviço, um cheiro de mofo e ferrugem invadiu suas narinas. A cozinha à sua frente parecia congelada no tempo armários apodrecidos, louças quebradas pelo chão e teias de aranha pendendo do teto. Tudo estava tomado por uma camada espessa de poeira e negligência.

 

A energia havia sido cortada há anos. O silêncio era absoluto, exceto pelo som abafado do vento filtrando-se por frestas nas paredes. A fraca luz da manhã lutava para atravessar as janelas encardidas, lançando sombras alongadas sobre o ambiente decadente.

 

Com o coração acelerado e os sentidos em alerta, ela deu um passo hesitante à frente, o ranger seco do piso ecoando como um aviso na escuridão. Com mãos trêmulas, acionou a lanterna do celular o feixe de luz tremeluzente cortou o breu denso, revelando detalhes perturbadores ao seu redor marcas escuras que escorriam pelas paredes como veias apodrecidas, e um talher enferrujado, cravado no chão, como se tivesse sido lançado com força.

Ela engoliu em seco, sentindo o gosto metálico da ansiedade na boca. A casa parecia respirar em silêncio, exalando uma presença invisível e pesada, como se cada centímetro daquela estrutura estivesse consciente de sua intrusão.

De repente, um estalido abafado sob seus pés. Penny congelou. Olhou para baixo e percebeu que uma das tábuas do assoalho cedia levemente sob seu peso.

Abaixou-se lentamente, afastando a poeira grossa com os dedos.

A lanterna iluminou a madeira gasta e ali, sob seus olhos, revelou-se um velho alçapão, com cerca de trinta por trinta centímetros uma passagem estreita, escondida do olhar casual, como um segredo enterrado.

Sem saber exatamente por quê, mas sentindo que precisava descobrir o que havia ali, Penny deslizou os dedos pelas bordas do compartimento e, com um leve estalo, o abriu. O cheiro de mofo e terra antiga escapou como um sussurro antigo. Respirou fundo, reuniu a pouca coragem que ainda tinha… e começou a descer.

Com cuidado, desceu pelo alçapão, espremendo-se pela passagem apertada. A lanterna do celular tremeluzia enquanto ela iluminava o espaço sob a mansão um porão improvisado ou talvez uma antiga sala de armazenamento. As vigas de madeira acima de sua cabeça estavam apodrecidas pelo tempo, e caixas de papelão velhas e úmidas estavam empilhadas nos cantos, algumas abertas, revelando objetos cobertos por panos empoeirados e manchas escuras.

Penny vasculhava o porão silencioso, os passos ecoando entre caixas empoeiradas e móveis cobertos por lençóis amarelados pelo tempo. A luz fraca da lanterna de seu celular tremulava nas paredes úmidas, até que um feixe mais firme iluminou um canto esquecido.

Ali, enfileiradas como sentinelas em silêncio, algumas bonecas antigas repousavam encostadas na parede, os olhos de vidro opacos fixos no vazio. Ao lado esquerdo, algo maior se destacava entre as sombras um objeto coberto por um lençol envelhecido, onde o mofo desenhava padrões indistintos.

Com o coração acelerado, Penny se aproximou. A poeira no ar parecia pesar mais naquele ponto. Ela esticou a mão trêmula e puxou o tecido lentamente, revelando um espelho antigo, emoldurado por madeira escura e rachada. A superfície refletiu não apenas seu rosto, mas algo mais um vulto atrás dela, que desapareceu assim que ela se virou.







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